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Gilmar Mendes passa de “bandido a mocinho” com novos áudios da JBS

Por Lucas Lyra

Do Grupo Rede de Mídias

 

O intenso jogo de bastidores que até agora parecia pender contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agora toma novos rumos com os áudios do processo de delação premiada de executivos da JBS recém divulgados. Os arquivos, provavelmente enviados para o STF por engano, mostram Joesley Batista e Ricardo Saud buscando maneiras de prejudicar o magistrado.

Os delatores buscavam formas de incriminar Gilmar Mendes, desafeto público do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, com quem à época negociavam o acordo de delação.

(Antônio Cruz/ Agência Brasil)

Fontes de bastidores na capital federal dão conta de que “incriminar” o magistrado agradaria Janot, que seria mais “bondoso” ao fechar o acordo de delação.

Boatos a parte, o acerto final da delação dos executivos da JBS causou insatisfação em praticamente toda opinião pública brasileira, que viu Joesley embarcar despreocupado com sua família para Nova York, onde comprou um imóvel em uma das áreas mais nobres da cidade e aparentava continuar a viver uma vida de milionário.

De uma forma ou de outra, a clara tentativa de envolver ministros da mais alta corte brasileira no escândalo da JBS deixa toda a operação sob “maus lençóis”. E mais, comprometem ainda a atuação de Janot a frente da PGR ao apagar das luzes de seu mandato.

Gilmar Mendes afirmou a jornalistas nesta quarta-feira (6), que acredita que Janot “pensou em fazer um gran finale” no final de sua gestão apresentando múltiplas denúncias contra figuras “graúdas” no cenário nacional (incluindo uma nova investida contra Temer), mas segundo Mendes, vai coroar sua passagem pela PGR com o fiasco do caso JBS.

“Ele (Janot) fez jus a tudo que plantou esses anos e isso vai ser a marca que nós vamos guardar dele. O procurador-geral da delação Joesley, desse contrato com criminoso, dessa fita e no final ele inclusive tentou envolver o STF de forma realmente lamentável, dizendo que tinha o envolvimento de ministros, o que mostra realmente a sua pouca qualidade institucional”, provocou Mendes.

O magistrado aproveitou para comentar a relação de Janot com Marcelo Miller, ex-procurador e braço direito do magistrado, que deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia, que negociou delação da JBS com a Procuradoria. “A grande confirmação de que a PGR atuou muito mal nesse episódio, que ele se envolveu diretamente, de que ele tinha objetivos a partir de um braço direito do próprio PGR. Essa é a grande, novidade não, porque esse era um segredo da carochinha em Brasília. Todos sabiam do envolvimento do Marcelo Miller nesse episódio, só o doutor Janot é que o escamoteava, que o escondia”, disse Mendes.

A fonte do Poder Judiciário consultada pela reportagem disse ainda que parte das críticas formuladas contra Gilmar Mendes se dão devido a falhas no funcionamento “harmônico” entre as polícias, o Ministério Público (MP) e a imprensa. “Gilmar Mendes é um garantista do Direito. Enquanto o MP, a PF e a mídia se importam simplesmente em acusar cada vez figuras de mais altas patentes no governo, o ministro vem como um contraponto as prisões e acusações sem fundamento ou base legal”, disse, salientando que Gilmar é um dos mais respeitados constitucionalistas brasileiros, “um sábio do Direito, reconhecido internacionalmente, acima de tudo, mesmo com todas campanhas difamatórias, por sua seriedade e competência. Não é qualquer jurista em fim de mandato, quase desesperado por deixar uma marca, que vai manchar a imagem de Mendes”.

 

*Com informações do G1

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