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Bolsonaro vai promover avião militar da Embraer em países árabes

Durante seu giro por países árabes, que começa neste sábado (26), o presidente Jair Bolsonaro levará para seus anfitriões propostas de negócios militares. A estrela do pacote é o avião de transporte multimissão KC-390, da Embraer.

O cargueiro é a grande aposta da nova Embraer, empresa de defesa, segurança e aviação executiva que sairá do acordo pelo qual a Boeing comprou a linha de jatos comerciais da fabricante paulista.

Os americanos pagarão US$ 4,2 bilhões (R$ 16,8 bilhões nesta sexta, 25) pelo controle de 80% da agora Boeing Brasil-Commercial, que deverá ser formalizada no começo de 2020, a depender de aprovação de diversos órgãos regulatórios.

A primeira parada de Bolsonaro é nos Emirados Árabes Unidos. A minúscula e riquíssima monarquia é um exemplo do tipo de país que a Embraer tem em mente para iniciar a venda de seu avião. Isso porque ele opera uma frota pequena, de quatro unidades, de uma versão mais antiga do principal concorrente do KC-390, o venerando Lockheed C-130 Hércules.

Avião no ar desde os anos 1950, com várias atualizações, ele carrega 19 toneladas de carga – o brasileiro leva até 26 toneladas e é em teoria mais eficiente do ponto de vista econômico.

Além disso, os Emirados têm sete Boeing C-17 Globemaster, gigantes quadrimotores a jato que levam até 75 toneladas. Pessoas familiarizadas com a estratégia da Embraer creem que ofertar o KC-390 como uma solução de complementaridade moderna para quem opera aviões maiores pode amplificar seu potencial de venda.

O país também tem 120 blindados de transporte de pessoal Urutu, fabricados pela extinta empresa brasileira Engesa, que estão obsoletos. Especula-se no mercado que o Brasil poderia ganhar um contrato para fornecer seu novo produto na área, o Guarani, cujo programa doméstico sofre atrasos de entrega devido a cortes orçamentários.

Mas é na última escala de Bolsonaro que está a mina de ouro regional: a Arábia Saudita. Dona do terceiro maior orçamento militar do mundo em 2018 (US$ 82,9 bilhões, ou R$ 330 bilhões hoje) em termos nominais e o segundo (10,8%) em porcentagem do PIB gasto com armas, a monarquia tem uma grande frota de Hércules – 33 aviões de transporte, mais dois de reabastecimento aéreo.

Todos são, a exemplo do que ocorre nos Emirados, variantes do modelo H, o aparelho americano já está na versão J. Assim, são o alvo mais elementar mirado pelo KC-390. Nos dois países o avião já foi apresentado, durante a campanha para sua certificação.

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