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Fux deve decidir sobre pedido de prisão de Emanuel Pinheiro

Por Lucas Lyra

 

Mais uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixa ansiosa a população de Cuiabá. Desta vez, cabe ao magistrado decidir se decreta ou não a prisão preventiva do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), gravado pelo então governador do estado, Silval Barbosa (PMDB), quando ainda era deputado estadual, recebendo propina.

O pedido partiu da defesa do chefe de gabinete do ex-governador, Silvio Corrêa, que fez acordo de delação premiada com a Polícia Federal e considera que o prefeito, solto, atuando no cargo, significa uma ameaça as investigações.

O agravante do momento, a gravação feita pelo então secretário de indústria e comércio do estado, Allan Zanata, mostra Silvio Corrêa admitindo fatos que não havia citado na delação. No áudio, Silvio diz que a “multa” estabelecida a ele no acordo de delação com as autoridades, R$500 mil, seria paga por Silval Barbosa, além de dizer que possui um garimpo de ouro (fato que ocultou das autoridades), entre outras divergências de seu discurso inicial.

É sabido na capital mato-grossense que Emanuel tem poder para “fazer de tudo”, caso seja de seu interesse. Seu irmão, Marco Polo de Freitas Pinheiro, o “popó”, dono de mais de 10 empresas, ganhou milhões de reais nos últimos anos em contratos com governos anteriores ao atual, com certeza com uma “forcinha” do irmão, que não teria momento melhor para “retribuir” o favor.

“Popó”, inclusive, protagonizou mais uma polêmica com uma de suas empresas recentemente, a Mark Pesquisas, pequena empresa que produz pesquisas de opinião junto a população. A empresa “venceu” uma licitação com o governo do estado de R$4,2 milhões por pesquisas qualitativas e quantitativas no estado. O valor pago, “estratosfericamente” fora de mercado, mesmo para empresas de grande porte, teria sido articulado ainda por Carlos Rael, marqueteiro de Silval na campanha de 2010 e notório protagonista de escândalos por onde passa. Rael trabalhou para a gestão de Anthony Garotinho à frente do Rio de Janeiro, por exemplo, quando foi implicado em denuncias de propina e chegou a ter veículos e imóveis de alto luxo apreendidos.

Inclusive, Silvio alega que parte do dinheiro que recebeu nas imagens mostradas de Silval Barbosa seria para pagar pesquisas feitas de forma legal pela Mark Pesquisas. O procedimento, porém, é claramente irregular. Em nenhuma esfera do estado os pagamentos são feitos pessoalmente, ou “em mãos”. Após inúmeras etapas burocráticas, o valor é sempre repassado via contas bancárias.

O medo da população cuiabana é de que Emanuel utilize dessa influência que o poder e o dinheiro o conferem para interferir e atrapalhar as investigações. Já a defesa de Silval, pensa da mesma forma, mas por um motivo diferente. O delator depende da veracidade das informações prestadas por ele para que seu acordo seja mantido, e teme ações do prefeito que contaminem seu relato.

Zanata chegou a admitir que gravou Silvio Corrêa para se proteger de uma eventual gravação em seu desfavor. Declarou também, que entregou o conteúdo a Emanuel por amizade, já que percebeu que poderia favorecê-lo.

A defesa de Pinheiro acredita que pode, com habilidade, anular as delações de Silvio e de Barbosa, e assim acabar com as acusações contra o prefeito, claramente culpado, provado em vídeo com alta qualidade. Porém, fontes da reportagem de dentro do STF dão conta de que o magistrado já teria chegado a decisão de decretar a prisão do prefeito.

Cabe ao ministro Luiz Fux dar um fim a possibilidade de Pinheiro, afastando-o do cargo e isolando-o de suas possibilidades de “manobra” e tranquilizando a boquiaberta população cuiabana, escandalizada com a avalanche de escândalos proveniente das gravações de Silval Barbosa.

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