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Ministro da Educação não descarta novos cortes na pasta

O ministro da Educação, Abraham Weintraub , não descartou novos cortes na pasta caso a equipe econômica decida ampliar o bloqueio de recursos no caixa do governo ainda neste semestre. Questionado se uma nova rodada de represamento de verba, em virtude de uma possível revisão da taxa de crescimento, atingirá o Ministério da Educação (MEC), Weintraub disse que não tem como dizer.

— A única certeza na vida é a morte e os impostos — disse o ministro nesta terça-feira durante café da manhã com jornalistas.

Segundo Weintraub , não é possível dizer se o MEC, que já perdeu R$ 7,4 bilhões em recursos contingenciados, estará blindado de eventuais novas tesouradas. Ele disse que terá reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem teceu elogios.
— Vou perguntar para o Paulo Guedes especificamente sobre isso (novos contingenciamentos). Hoje não tenho como antecipar— completou ele.
Apesar da possibilidade de novos cortes em sua pasta, Weintraub sinalizou total concord’ncia com as determinações da equipe econômica, ressaltando o mérito das decisões. O próprio ministro, que é economista, atuou no grupo de trabalho da área econômica desde a campanha do presidente Jair Bolsonaro, antes de ser empossado ministro.
— É difícil ver alguém de um ministério social se recusando a atacar o Ministério da Economia se ele estiver fazendo o trabalho dele. Eu vou bater de mão fechada se eles forem contingenciar o contingenciado. Eu tenho condições de saber se eles estão fazendo o trabalho direito — ressaltou.
Weintraub voltou a associar o desbloqueio dos recursos da Educação à aprovação da reforma da Previdência. Ele minimizou os efeitos do represamento de verba nas universidades federais , que já tiveram R$ 2 bilhões bloqueados, dizendo que conversou com 50 reitores até agora e nenhum apontou problemas imediatos.
— Todos admitem que não há impacto nenhum no dia a dia, porque se tiver eu vou atrás do Ministério da Economia— afirmou.
O ministro admitiu, no entanto, que se não houver descontingenciamento, as universidades terão problemas já a partir de setembro. Dos R$ 7,4 bilhões bloqueados, a pasta informa que ainda analisa como distribuirá o montante de cerca de R$ 1,6 bilhão entre programas e ações. Esse valor foi remanejado da Educação para outras pastas no início deste mês. Em março, o MEC já havia sofrido contingenciando de R$ 5,7 bilhões.

Polícia nas universidades

Weintraub voltou a defender que a polícia entre nas universidades, como havia feito na semana passada ao falar no Senado. Nesta terça, ele se referiu às instituições como “torres de marfim” e reafirmou que a “autonomia universitária não é soberania”.
— Entendo por que no passado foi criada essa soberania universitária. Mas hoje não tem necessidade de a polícia não poder entrar no campus. Por que não podem entrar no campus? — questionou Weintraub.
Segundo ele, as instituições não podem ter regras diferentes do resto do Brasil. O ministro também voltou a dizer que as universidades precisam ser cobradas em gestão e que custam muito mais que o ensino básico, eleito o foco de prioridade do governo.
Weintraub e as universidades passam por conflitos desde que o ministro declarou, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que iria cortar a verba de instituições que promovem “balbúrdia ” e “evento ridículo”. Três instituições já tinham sido penalizadas, segundo ele.
Depois, com a má repercussão, a assessoria da pasta informou que o corte tinha sido feito de forma linear, em 30%, para todas as universidades e institutos federais, a fim de atender ao contingenciamento determinado pela equipe econômica. Nesta quarta, estão marcados protestos em todo o país contra os cortes na educação. Weintraub foi convocado na Câmara a prestar esclarecimentos.
Da Redação com informações do Globo

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