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Governo federal gastou R$ 573,6 milhões com condomínio em 4 anos

Um gasto comum para grande parte da população é com a taxa de condomínio. A despesa costuma incluir custos de água, pessoal e, às vezes, gás encanado, para pessoas que dividem um imóvel. Agora imagine usar quase R$ 600 milhões em quatro anos com isso.

Essa é a situação do governo federal, que destinou R$ 573,6 milhões para pagar o condomínio de 1.290 imóveis entre 2018 e junho deste ano. As informações são do Siga Brasil, sistema que agrupa dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), e foram coletadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

O gráfico a seguir mostra a evolução anual desde 2018. Os dados começam naquele ano porque não há informações separadas para repasses feitos a entidades condominiais antes disso. Em 2020, foram R$ 169 milhões destinados para condomínio. Já em 2019, foram R$ 159,3 milhões, enquanto em 2018 os gastos foram de R$ 174 milhões. As informações de 2021 dizem respeito ao primeiro semestre e totalizam R$ 71,3 milhões.

As despesas com condomínio se referem tanto a edifícios residenciais quanto prédios comerciais. Esse segundo tipo é o que mais leva a gastos com condomínio.

O campeão é o Condomínio Centro Empresarial CNC, na área central de Brasília. Diversos órgãos públicos estão localizados nele, como a Defensoria Pública da União, a Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região e a Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (Apex).

O primeiro imóvel residencial na lista dos edifícios que ocasionaram mais gastos com condomínio no período analisado está na posição 29. É o Bloco B da SQS 110, localizado na Asa Sul, também na capital federal, mantido pela Aeronáutica. A lista a seguir traz as informações separadas por condomínio ao longo de todo o período analisado.

A União gasta com condomínio mesmo possuindo quase 2 mil imóveis vazios. De acordo com dados de março deste ano, o governo federal tinha 1,9 mil unidades vagas para uso. Outras 1,2 mil estão disponíveis para alienação (venda). Isso acontece porque muitas vezes esses edifícios não têm condições de abrigar repartições públicas, aponta o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Madeira Nogueira.

“Em muitos casos, para colocar os prédios do setor público desocupados para atender uma situação atual, o custo é absurdamente elevado”, resume. Esses gastos incluiriam modernização, com atualização da rede de comunicação, por exemplo. Assim, fazendo a conta, os gestores acabam preferindo alugar um local pronto para uso enquanto algum de propriedade da União não é reformado.

“Acho que de um lado há uma certa facilidade em alugar em vez de construir [ou reformar]. Além disso, consertar e modernizar prédios antigos pode ser muito caro. Passamos 40, 50 anos sem trocar um piso para melhorar. São 50 anos de deterioração da estrutura”, apontou.

“Além de ter prédio muito velho, muito caquético, outro ponto é que, talvez, o corpo técnico tenha crescido muito, com razão ou não. E aí não tem mais espaço para essas pessoas”, continuou Nogueira.

No caso dos imóveis residenciais, o economista culpa também o costume de quem ocupa um imóvel funcional deixá-lo se deteriorar, já que não é o dono do local. “Se a válvula do banheiro está vazando, ele deixa vazando, porque a conta vai para outro”, avalia.

Da redação com o Metrópoles

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